Não
entendia como a vida funcionava e também não esperava uma
explicação. Sabia que não existia. Não que a explicação. Que ela mesma não
existia. Sabia, porque o tempo todo pessoas passavam por ela e não a viam.
Sabia, porque implorava por atenção e ninguém dava. Sabia, porque nem mesmo
tinha um nome.
E por que não existia, ninguém a notou, o dia inteiro,
adormecida na calçada. Só muito tempo depois. Quando começou a feder.