domingo, 16 de maio de 2010

qualquer barulho
e a pretinha pula pra janela
se não tem cadeira pra subir
ela late
olhinhos pidonhos, orelhas em pé
o movimento da rua anuncia o dia
manhã de sol
as patinhas pedem passeio

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Há sempre um caracol
entre as minhas
palavras
Pegajoso, se arrasta
deixando seu rastro
de prata

Silêncio
é gosma cansada
que sobra dos dias
Poeira
que se debruça
sobre si
Sumo
cimentado no vazio

quarta-feira, 12 de maio de 2010

No branco do papel
pinto um barquinho
e o mar
E o mar é sempre tanto!
Que não me surpreendo quando vejo,
dos limites da folha, pingar as gotas
Mas de repente... Cadê o barquinho?
Ah... Partiu - que é o seu destino
E eu então me reparto
entre a dor e a alegria
do parto