domingo, 13 de dezembro de 2009

Cheiro de flor

Não sabia ver as horas
no relógio de ponteiros
sentada no muro
comia acerolas
e lambia
os segundos nos dedos
No lanche, polenta frita
e café com leite
pra beber de guti-guti
Fim de tarde, o deleite:
deitava os cabelos na grama
despetalando as flores em delírio
exigia o bem-me-quer:
Quem é que me ama?

Lembrança boa embala, balança
A casa da vó Alice
tem cheiro de flor de infância

sábado, 12 de dezembro de 2009

Aconchego

despe o pensamento
e despede-se do
tempo

de olhos fechados
se aquece
e adormece
ao som dos pingos
no telhado:
acalanto de chuva
encanto para dia nublado